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Precocidade


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A Elisa minha neta

É de uma grande sabedoria

O que eu levei setenta anos

Ela aprendeu em poucos dias


Confesso, fico todo ancho

De ter uma neta desse jeito

Enquanto eu com essa idade

Ainda não sei quase nada direito


Como dizem, também pudera

Sou nascido lá nas inconhas

Quando eu cheguei aqui fora

Era só vermelhidão de vergonha


Era vermelho igual um peru

Não tinha há ver com qualidade

Coitado de quem nasce onde nasci

Quando vem pra morar na cidade


É um patinho vivendo sem água

Todo bobão, andando pelas ruas

Mesmo não falando da vida alheia

Não adianta nada, todos falam da sua


Nem é de mim que quero falar

E sim, da Elisa, minha querida neta

Que não nasceu num grande centro

Mas, graças a Deus, com a mente aberta


Fico muito feliz ao ver isso tudo

O que queria ser, não deu pra alcançar

Em compensação, vejo na minha família

Cada sonho meu sendo realizado devagar


Todos recebem a minha admiração

Pelo talento e a chance de aprender

Que Deus os abençoe abundantemente

Realizando-me, até depois que eu morrer


Eu agradeço ao Senhor, de coração

Por tantas coisas que me deu e tão boas

Na verdade, nasci lá nas inconhas sim

E, graças a Ele, não passei pala vida à toa


Ah! Se eu soubesse escrever e pudesse

Jamais terminaria esta minha escritura

Tudo que fiz nesse sentido até agora, creio

O Deus todo Poderoso enviou lá das alturas


Coelho

Em 29.12.2011 às 15:25 hs


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© 2018 Raio X de um coração - Autoria de Antonio Coelho Ribeiro 

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