Subindo o morro, a pergunta
- Antonio Coelho Ribeiro
- 7 de fev. de 2022
- 1 min de leitura

Subindo o morro, a pergunta
Perna, pra quê que te quero
Você até sabe que é para correr
Ela responde-me categoricamente
Tu também sabes, se fizer, vai morrer
E digo mais, não adianta chorar
Corrida não significa nada de pressa
Chegar atrasado ou bem antes da hora
Chegando bem, é o que a mim interessa
Estou te carregando direitinho
Bem na medida certa que eu posso
Agora ainda te carrego todo inteiro
Depois meu: carrego nem os seus ossos
Se quiser ter calma, iremos longe
Caso não queira, fiquemos por aqui
Reclamo mas te ajudo, e a gente chega
Falam que, apressado come cru, e eu já vi
Depois de ouvir tantas verdades
Que de tão verdadeiras, virou poesia
Consegui aprender, e quero aperfeiçoar
Ao invés da corrida, buscarei a Sabedoria
E tem que ser a de “ésse” maiúsculo
Quem a quiser vai encontrá-la em Deus
Convém buscar a tempo e fora de tempo
Ela é sensatez, equilíbrio e o norte dos Seus
Que combinação mais perfeita, gente
Uma falava, e a outra sofria caladinha
Deve ser para não dificultar no entender
Nesses 80 tempos, me carregaram à continha
Confesso, encantei com esta bela lição
Quero no resto de meus dias saber viver
Precisei ouvir o clamor da perna em silêncio
Para tomar consciência do que já deveria saber
A reflexão foi profunda na minha mente
Usamos o receber, sem usarmos o agradecer
Só a paciência e a longanimidade do Senhor
Que apesar dos nossos erros, nos ama pra valer
Coelho
Em 25.01.2022 às 09:25 hs
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