top of page

Subindo o morro, a pergunta


Subindo o morro, a pergunta


Perna, pra quê que te quero

Você até sabe que é para correr

Ela responde-me categoricamente

Tu também sabes, se fizer, vai morrer


E digo mais, não adianta chorar

Corrida não significa nada de pressa

Chegar atrasado ou bem antes da hora

Chegando bem, é o que a mim interessa


Estou te carregando direitinho

Bem na medida certa que eu posso

Agora ainda te carrego todo inteiro

Depois meu: carrego nem os seus ossos


Se quiser ter calma, iremos longe

Caso não queira, fiquemos por aqui

Reclamo mas te ajudo, e a gente chega

Falam que, apressado come cru, e eu já vi


Depois de ouvir tantas verdades

Que de tão verdadeiras, virou poesia

Consegui aprender, e quero aperfeiçoar

Ao invés da corrida, buscarei a Sabedoria


E tem que ser a de “ésse” maiúsculo

Quem a quiser vai encontrá-la em Deus

Convém buscar a tempo e fora de tempo

Ela é sensatez, equilíbrio e o norte dos Seus


Que combinação mais perfeita, gente

Uma falava, e a outra sofria caladinha

Deve ser para não dificultar no entender

Nesses 80 tempos, me carregaram à continha


Confesso, encantei com esta bela lição

Quero no resto de meus dias saber viver

Precisei ouvir o clamor da perna em silêncio

Para tomar consciência do que já deveria saber


A reflexão foi profunda na minha mente

Usamos o receber, sem usarmos o agradecer

Só a paciência e a longanimidade do Senhor

Que apesar dos nossos erros, nos ama pra valer


Coelho

Em 25.01.2022 às 09:25 hs


 
 
 

Comments


Faça parte da minha lista de email

© 2018 Raio X de um coração - Autoria de Antonio Coelho Ribeiro 

bottom of page