Pessoas que me viam de peão
- Antonio Coelho Ribeiro

- 23 de jul. de 2018
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Pessoas que me viam de peão
Não tinham ideia de quem fui eu
Antes, exercia cargos importantes
No entanto, pra mim, bem pouco valeu
A minha roupa era diferente
Quem me olhava, via um doutor
Minha função era realmente nobre
Todavia, não era reconhecido o seu valor
Trabalhava até fora de horas
Em busca do pão para meus filhos
Cumpria todas as minhas obrigações
Por eles fazia tudo, e andando nos trilhos
Nem o chefe me mandava
Quando ele pensava, eu já tinha ido
Tinha comigo: meus filhos tem um pai
E minha mulher sabe que tem um marido
Esse cabra sou eu, também sei
Jamais poderei deixar a peteca cair
Vim no serviço foi para trabalhar muito
Se não, ficaria em casa, e ia direto dormir
Que vergonha precisar de chefe
Principalmente se for só pra trabalhar
Um homem de fibra e um bom carácter
Não precisa, ainda mais com filhos pra criar
Quem me levantava cedo eram eles
Mesmo que tivessem no sono profundo
A mulher eu preferia deixa-la descansar
Ia pai e marido, na maior alegria do mundo
Mulher e filhos para mim é o de melhor
Minha maior realização, um lindo troféu
Agradeço a Deus, da família que Ele me deu
A satisfação é tão grande: um pedaço do Céu
Volto lá no começo, para uma avaliação
Peão, doutor, trabalhador, seja lá o que for
O mais importante de tudo em nossas vidas
Redunda numa coisa sagrada: seu nome é amor
Muito obrigado, Senhor!!!
Coelho
Em 23.07.2018 às 19:10hs

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