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O trem


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Bem que eu queria ser um neném

Pela foto que minha filha escolheu

A coisa mais linda aqui desse mundo

Ela postou no blog, pena que não sou eu


Um encanto: há quem chame de doce

Nem sei como e o que falar, de tão lindo

Porém se ele fosse um adulto igual a mim

Duvido que tivesse tão tranquilo dormindo


Aquele trem me incomoda tanto

Então quando está longe é muito pior

Não precisa muita coisa pra eu dormir bem

É só deitar com a certeza que está ali ao redor


Naquele tempo também era perigoso

O trem não era fácil, já pulava igual grilo

Como já disse que sou um baita sortudão

Só na falta mesmo que não durmo tranquilo


A falta é grande depois de acostumado

Não consigo dormir sem o calor do trem

A cama pode ser boa do melhor jeito que for

Mas sem ele ela esfria, eu sofro como ninguém


A linguagem amineirada não pode faltar

Trem bom demais, mineiro não vai dispensar

Por isso é que pensei ser um neném como disse

Porém, assim que eu crescesse não iria adiantar


Eu não tinha nem tamanho e já viajava

Vinha do meu instinto, não tinha como mudar

Até que ver um trem era muito difícil acontecer

Contudo, não tinha viagem melhor, só de pensar


Coelho

Em 19.11.2018 às 10:14 hs


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© 2018 Raio X de um coração - Autoria de Antonio Coelho Ribeiro 

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