O trem
- Antonio Coelho Ribeiro

- 19 de nov. de 2018
- 1 min de leitura

Bem que eu queria ser um neném
Pela foto que minha filha escolheu
A coisa mais linda aqui desse mundo
Ela postou no blog, pena que não sou eu
Um encanto: há quem chame de doce
Nem sei como e o que falar, de tão lindo
Porém se ele fosse um adulto igual a mim
Duvido que tivesse tão tranquilo dormindo
Aquele trem me incomoda tanto
Então quando está longe é muito pior
Não precisa muita coisa pra eu dormir bem
É só deitar com a certeza que está ali ao redor
Naquele tempo também era perigoso
O trem não era fácil, já pulava igual grilo
Como já disse que sou um baita sortudão
Só na falta mesmo que não durmo tranquilo
A falta é grande depois de acostumado
Não consigo dormir sem o calor do trem
A cama pode ser boa do melhor jeito que for
Mas sem ele ela esfria, eu sofro como ninguém
A linguagem amineirada não pode faltar
Trem bom demais, mineiro não vai dispensar
Por isso é que pensei ser um neném como disse
Porém, assim que eu crescesse não iria adiantar
Eu não tinha nem tamanho e já viajava
Vinha do meu instinto, não tinha como mudar
Até que ver um trem era muito difícil acontecer
Contudo, não tinha viagem melhor, só de pensar
Coelho
Em 19.11.2018 às 10:14 hs

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