Até onde consigo ver, não sei
- Antonio Coelho Ribeiro
- 20 de jun. de 2018
- 2 min de leitura

Até onde consigo ver, não sei
Parece que estou me afundando
Digo assim para não ser bem taxativo
Ou seja, não dizer que estou entregando
O que eu não gostaria de fazer
É difícil, meu esforço é forte demais
Cada dia tenho que matar uma alcateia
O dia em que vier um leão não dará mais
Os lobos a gente ainda dá um jeito
O medo é de que venha leão ou elefante
A luta é ferrenha com qualquer um deles
Faço força como se eu fosse algum gigante
A força tamanha a que me refiro
Se passasse rápido, poderia até ser maior
Às vezes, Seria mais fácil que uma constante
Que nem dormindo alivia ou sai do meu redor
Meu movimento é como a água mansa
Que em nenhuma circunstância se agita
Parecendo tranquila só pelo fato de existir
Só da existência não se vive, apesar de bonita
Eta coração que vive tão balanceado
Gosta da vida, mas quase que desanima
Tem dia que ele dá mergulho tão profundo
Que geme muito para retornar cá em cima
Conheço um ditado muito antigo
Diz, remenda o pano, e durará mais um ano
Porém, não tem valia quando se trata de amor
Todos os remendos que tentei, entrei pelo cano
Até cheguei a pensar que deu certo
Que depois de tanto havia encontrado o ideal
Foi só uma impressão um pouco mais duradoura
Porque agora a roupa e o remendo estão bem mal
Um olha pro outro e não diz nada
Gemem calados e dão aquele suspiro
Se não deixar que saia bem devagarzinho
Pode crer, será igualzinho à explosão de um tiro
É muita pressão para um peito
Ai daquele que não souber soltar o ar
Vai virar pura fumaça, antes de mais nada
Por isso seguro o quanto posso, não quero virar
Deixa tudo ir corroendo bem de levinho
Nada de abreviar as coisas, nem tenho pressa
Enquanto Deus me ajudar que venham os bichos
Alegre ou triste: para mim, viver é o que interessa
Coelho
Em 20.06.2018 às 15:30 hs
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