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Até onde consigo ver, não sei



Até onde consigo ver, não sei

Parece que estou me afundando

Digo assim para não ser bem taxativo

Ou seja, não dizer que estou entregando


O que eu não gostaria de fazer

É difícil, meu esforço é forte demais

Cada dia tenho que matar uma alcateia

O dia em que vier um leão não dará mais


Os lobos a gente ainda dá um jeito

O medo é de que venha leão ou elefante

A luta é ferrenha com qualquer um deles

Faço força como se eu fosse algum gigante


A força tamanha a que me refiro

Se passasse rápido, poderia até ser maior

Às vezes, Seria mais fácil que uma constante

Que nem dormindo alivia ou sai do meu redor


Meu movimento é como a água mansa

Que em nenhuma circunstância se agita

Parecendo tranquila só pelo fato de existir

Só da existência não se vive, apesar de bonita


Eta coração que vive tão balanceado

Gosta da vida, mas quase que desanima

Tem dia que ele dá mergulho tão profundo

Que geme muito para retornar cá em cima


Conheço um ditado muito antigo

Diz, remenda o pano, e durará mais um ano

Porém, não tem valia quando se trata de amor

Todos os remendos que tentei, entrei pelo cano


Até cheguei a pensar que deu certo

Que depois de tanto havia encontrado o ideal

Foi só uma impressão um pouco mais duradoura

Porque agora a roupa e o remendo estão bem mal


Um olha pro outro e não diz nada

Gemem calados e dão aquele suspiro

Se não deixar que saia bem devagarzinho

Pode crer, será igualzinho à explosão de um tiro


É muita pressão para um peito

Ai daquele que não souber soltar o ar

Vai virar pura fumaça, antes de mais nada

Por isso seguro o quanto posso, não quero virar


Deixa tudo ir corroendo bem de levinho

Nada de abreviar as coisas, nem tenho pressa

Enquanto Deus me ajudar que venham os bichos

Alegre ou triste: para mim, viver é o que interessa


Coelho

Em 20.06.2018 às 15:30 hs




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© 2018 Raio X de um coração - Autoria de Antonio Coelho Ribeiro 

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