A madeira e seu destino
- Antonio Coelho Ribeiro

- 15 de dez. de 2020
- 1 min de leitura
Atualizado: 19 de jan. de 2021

Assim que terminei
Minha primeira servidão
Fui olhada e já destinada
A ser queimada num fogão
Aí, um alguém olhou-me
Com os olhos da compaixão
Falou: gente, não faça isso não
Pegando-me com toda dedicação
Sofri muito sim, é verdade
Foi dura a transformação
Porém, hoje estou muito feliz
Vir a ser a princesa deste salão
Pode se assentar em mim
Estarei sempre à disposição
Quero ser útil na continuidade
Dar conforto ao cliente e patrão
Tudo que eu fizer é pouco
Diante da tamanha gratidão
A alguém que um dia me livrou
De virar cinzas cozinhando feijão
Tem hora que fico perguntando
Deus do Céu! Isto é uma ironia
Não é que hoje eu sou desta pessoa
Farei de tudo pra ser de grande valia
Posso até nem ser mesmo bonita
Mas posso me chamar de princesa
Livre daquela cruel destinação dada
Considero-me acima de qualquer beleza
À dona do salão: agradeço de coração!!!
Assinado: a cadeira!!!
Coelho
Em 15 de dezembro de 2020 Às 07:54hs

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