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A madeira e seu destino

Atualizado: 19 de jan. de 2021


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Assim que terminei

Minha primeira servidão

Fui olhada e já destinada

A ser queimada num fogão


Aí, um alguém olhou-me

Com os olhos da compaixão

Falou: gente, não faça isso não

Pegando-me com toda dedicação


Sofri muito sim, é verdade

Foi dura a transformação

Porém, hoje estou muito feliz

Vir a ser a princesa deste salão


Pode se assentar em mim

Estarei sempre à disposição

Quero ser útil na continuidade

Dar conforto ao cliente e patrão


Tudo que eu fizer é pouco

Diante da tamanha gratidão

A alguém que um dia me livrou

De virar cinzas cozinhando feijão


Tem hora que fico perguntando

Deus do Céu! Isto é uma ironia

Não é que hoje eu sou desta pessoa

Farei de tudo pra ser de grande valia


Posso até nem ser mesmo bonita

Mas posso me chamar de princesa

Livre daquela cruel destinação dada

Considero-me acima de qualquer beleza


À dona do salão: agradeço de coração!!!

Assinado: a cadeira!!!

Coelho

Em 15 de dezembro de 2020 Às 07:54hs

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© 2018 Raio X de um coração - Autoria de Antonio Coelho Ribeiro 

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