top of page

A censurada


Fiquei com pena daquele bezerro

De frente pra aquela moça bonita

Ter que mamar numa mamadeira

Cheia de leite, só que leite de cabrita


Que ruim para ele coitado

Sem sua querida mãe é bem triste

Vendo alguém tão lindo e apetitoso

Mamar bico de borracha, isso não existe


Bem pior, como se não bastasse

Nem era mamadeira, uma garrafa

Mas pra quem estava a perigo como ele

Nada mal, até que ainda era uma boa safra


Seu castigo maior foi ver a moça

Que com carinho trouxe aquele vidrão

Ele mamou ali porque nem percebeu nada

Até bicho quando vê aquilo, foge a atenção


Aquilo é só o meu modo de falar

Não tem nada de feio nem pejorativo

Apesar de ser animal, olhos se arregalam

Ao verem uma beleza daquela e bem ao vivo


Garanto que ele até se esqueceu da mãe

Tamanha era antes, sua tristeza e aflição

A fome roendo sem piedade seu pequeno bucho

Agarrava qualquer coisa que viesse perto da mão


Do contrário, ou melhor, barriga cheia

Com certeza pegaria tudo, jogava pra cima

Ia cantar, dançar, fazer de tudo, se esbaldar

Até rolar no chão, mas não perderia a menina


Dizem que quem julga bem, julga por si

Então esse julgamento meu é mais que justo

Imagine eu no lugar daquele pobre bezerrinho

Mamar no vidro, de butuca nela, ia ser um custo

Coelho

Em 11.11.2018 às 11:14 hs


Kommentare


Faça parte da minha lista de email

© 2018 Raio X de um coração - Autoria de Antonio Coelho Ribeiro 

bottom of page