A censurada
- Antonio Coelho Ribeiro
- 11 de nov. de 2018
- 1 min de leitura

Fiquei com pena daquele bezerro
De frente pra aquela moça bonita
Ter que mamar numa mamadeira
Cheia de leite, só que leite de cabrita
Que ruim para ele coitado
Sem sua querida mãe é bem triste
Vendo alguém tão lindo e apetitoso
Mamar bico de borracha, isso não existe
Bem pior, como se não bastasse
Nem era mamadeira, uma garrafa
Mas pra quem estava a perigo como ele
Nada mal, até que ainda era uma boa safra
Seu castigo maior foi ver a moça
Que com carinho trouxe aquele vidrão
Ele mamou ali porque nem percebeu nada
Até bicho quando vê aquilo, foge a atenção
Aquilo é só o meu modo de falar
Não tem nada de feio nem pejorativo
Apesar de ser animal, olhos se arregalam
Ao verem uma beleza daquela e bem ao vivo
Garanto que ele até se esqueceu da mãe
Tamanha era antes, sua tristeza e aflição
A fome roendo sem piedade seu pequeno bucho
Agarrava qualquer coisa que viesse perto da mão
Do contrário, ou melhor, barriga cheia
Com certeza pegaria tudo, jogava pra cima
Ia cantar, dançar, fazer de tudo, se esbaldar
Até rolar no chão, mas não perderia a menina
Dizem que quem julga bem, julga por si
Então esse julgamento meu é mais que justo
Imagine eu no lugar daquele pobre bezerrinho
Mamar no vidro, de butuca nela, ia ser um custo
Coelho
Em 11.11.2018 às 11:14 hs
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